Foto: Agência Brasil (Divulgação)
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), é alvo na manhã desta quinta-feira de desdobramento da Operação Lava Jato no estado. Ele é suspeito de ter participado do esquema de corrupção de seu antecessor, Sérgio Cabral.
Ele é alvo de um mandado de prisão expedido pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Félix Fischer. Policiais federais o buscaram no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, onde foi preso.
Pezão é o quarto ocupante do Palácio Guanabara a ser preso. Antes dele foram alvo Cabral, e os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho -os dois últimos por ações sem relação com a Lava Jato, mas com a Justiça eleitoral.
Pezão foi apontado pelo economista Carlos Miranda, delator que afirma ter sido o gerente da propina de Cabral, como beneficiário de uma mesada de R$ 150 mil durante a gestão do ex-governador (2007 a 2014). Segundo o relato de Miranda, o atual governador passou a pagar R$ 400 mil a Cabral quando assumiu o cargo em abril de 2014, após renúncia do aliado.
Pezão vem sendo citado nas investigações sobre Cabral desde o ano passado. Referências a "Big foot", "Pé" e outros apelidos similares foram encontradas nas anotações de Luiz Carlos Bezerra, espécie de carregador de mala de Miranda a partir de 2010.
O governador sempre negou as citações ao seu nome.
- Pezão repudia com veemência essas mentiras. Ele reafirma que jamais recebeu recursos ilícitos e já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal - afirmou nota distribuída pelo Palácio Guanabara há duas semanas.
De acordo com Miranda, além da mesada Pezão recebeu "prêmios" ao final de alguns anos. Em 2008, por exemplo, o atual governador foi destinatário de R$ 1 milhão do esquema de Cabral.
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Em delação, o economista diz que o governador pediu para que o dinheiro fosse entregue a um dos sócios da JRO Pavimentação. A empresa pertence a Cláudio Fernandes Vidal, que transferiu sua sede para Piraí em 2005 após aproximação com Pezão. Os dois ficaram amigos e se encontravam frequentemente.
Outro suposto recebedor de propina para o governador era o ex-subsecretário de Comunicação Social da gestão Pezão, segundo Miranda. Marcelo Santos Amorim, ou Marcelinho, também recebeu recursos destinados ao emedebista. O suspeito é casado com uma sobrinha do político.